Eveline
Olá, pessoas.
Como eu disse ontem no meu twitter, eu estava tentando uma conexão aqui no hotel para escrever sobre o meu primeiro dia em Gravatá (PE), mas não deu certo, só consegui hoje.
Anyway, cá estou eu, em lugar super diferente dos quais costumo estar.  Sou definitivamente amante da vida urbana. =)
Vim pra cá não só para fechar esse quase estado de férias que me toma, mas também para me testar diante desse ambiente rural. Estou me sentindo de fato numa fazenda. Têm, obviamente, alguns bichos por aqui e como vocês podem ver, estou adorando dar comida às ovelhas. =) (Eu sou lesa, viu?)
Tenho gostado mesmo é de ficar sentada na frente do lago. Tem sido meu canto preferido aqui. O mudo parece, por uns instantes que é só isso. Tão bom, tão bom.
Então, vim também pra cá para tentar organizar algumas coisas do lado de dentro de mim. Sabe quando você precisa se afastar de tudo para reorganizar as coisas? Eu precisva respirar.
Sei que vai ser pouco tempo, mas ainda assim eu preciso .É que eu sou mesmo cheia de rituais.Preciso sempre fechar as coisas, dentro e fora de mim com algum acontecimento, pode ser o mais bobo que ele seja... uma viagem, um texto, um encontro com pessoas queridas, um copo de vinho... eu preciso fechar esse mês de julho. 
É isso...primeiros dias de agosto eu volto para a estrada, para sala de aula e  para a vida acadêmica, e de alguma forma tudo tem que [ao menos parecer] estar em ordem para que a rotina seja mais leve.
Estou fazendo isso aqui, pensando em algumas coisas, naquelas que doem, naquelas que fazer rir, nas que silenciam.
Tenho lido também. Finalmente comecei a ler "Entrevistas", livro da editora rocco que reúne algumas entrevistas que Clarice Lispector fez no final dos anos 60. Ela precisva de grana para complementar sua renda e acabou aceitando entrevistar algumas celebridades da época, incluindo Lygia Fagundes Telles, Chico Buarque, Fernado Sabino, etc.
Bem, vou indo agora... a preguiça bateu e o frio [amo!] está grande aqui.

Boas viagens, bons ventos e bons cafés...

Eveline Alvarez.
Eveline
Desencontrários 


Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.

Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.



Paulo Leminski