" E ela estava sempre off, como se estivesse sempre com uma música na cabeça..." Café com cheiro de anis, OneRepublic tocando e reafirmando que a vida tem que ser boa, tempo nublado, calor, tempo que engole, falso girassol amarelo, a saudade de um outono azul, trabalho que bate na porta, falsa independência do país, cansaço, cartas a serem escritas, entrelinhas silenciosas, cachorro querendo brincar, pernas cansadas, ansiedades, saudades do tempo de 2006 e da cidade rodeada de canais e lagos, uma fita azul no cérebro. Blackstar do camaleão tão embaçada no coração congestionado. Incenso de baunilha.Rabisco de Poema. Mais café. Breathe.
"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto."
[Fernando Pessoa - Livro do Desassossego, por Bernardo Soares]
Selva de pedra poética, paixão constante, turbilhão, tom de cinza mais bonito, pedaço de mim, poesia concreta, deusa da mais bonita solidão, trem das onze, [in]completa tradução, meu inverno, banquinho do laço vermelho do parque Trianon, signos em branco e preto que emanam cor, meu caos e cais anual, minha paz em cinco dias, Consolação e Paraíso, minha ordem e desordem interna, sempre saudade, atrolho de Caio Fernando Abreu, cruzamentos poéticos de Caetano, literatura marginal de Ferréz, cidade que Criôlo diz não existir amor, "Porém com todo defeito (com disse Tom Zé) / Te carrego no meu peito".
"Toda definição acabada é uma espécie de morte, porque sendo fechada, mata justo a inquietação e a curiosidade que nos impulsionam para coisas que, vivas, palpitam e pulsam."
(Lucia Santaella)